A produção da emoção

As emoções são produzidas por distintos circuitos cerebrais. Embora possam ser apresentadas como único fenômeno mental, apresentam grande variedade de estruturas mentais envolvidas. Cada emoção abrange circuitos cerebrais diferentes, ou seja, estruturas no cérebro específicas que geram reações e comportamentos distintos. Assim, as emoções são programas de ação, coordenados pelo cérebro, que gerencia alterações em todo o corpo.

Vamos ver um exemplo de como isso acontece? Acompanhe a animação a seguir.

A emoção em ação

É impressionante o que acontece com o corpo humano, não é? E tudo isso ocorre em menos de meio segundo!

Alguma vez você foi tomado por uma emoção tão forte que quase perdeu o controle? Ou já disse alguma coisa em um momento de tensão da qual logo se arrependeu?

Se sim, significa que você foi sequestrado pela sua amígdala!

As emoções são uma forma inteligente da natureza dizer: aja sem perder tempo. Por isso, ela está intimamente ligada à ação, porque gera comportamentos biologicamente vantajosos frente a uma necessidade imediata.

É partindo desse contexto que percebemos que não conseguimos controlar as emoções de acordo com a nossa vontade. Não é possível decidir, por exemplo, se vamos ou não desviar o sangue do estômago evitando, assim, a sensação de “frio na barriga”, não é mesmo?

Porém, a tomada de consciência das nossas emoções e o conhecimento sobre como lidar com elas podem sim acontecer e é isso que temos que aprender.

O sequestro da amígdala

O sequestro da amígdala é um termo usado pelo psicólogo Daniel Goleman, autor do livro Inteligência Emocional, para explicar esse tipo de reação emocional incontrolável. Segundo Goleman, o segredo de nos tornarmos irracionais tem a ver com a falta momentânea e imediata de controle emocional, porque a amígdala assume o comando do cérebro.

Em condições normais, o tálamo de nosso cérebro recebe informações vindas dos cinco sentidos e age como controlador de tráfego aéreo, para manter o fluxo de sinais. Isso significa que após receber a informação, o tálamo a encaminha para as áreas adequadas do córtex cerebral, a fim de que a informação seja processada adequadamente.

Informações visuais, por exemplo, vão para o córtex visual, que “pensa” sobre essa informação e dá um significado, que vai para a amígdala, onde são liberadas substâncias específicas para criar emoção e ação. Quando há um “sequestro emocional”, o tálamo reage de forma diferente, desviando os sinais do córtex cerebral que “pensa”, enviando a informação direto para a amígdala, que seria o pouso “forçado” do sequestro, que pode resultar em um comportamento daqueles que nos fazem perder a cabeça.

E o que fazer nesses momentos?

Sabe aquela dica popular, que diz ser bom contar até dez? Esta é uma estratégia muito inteligente porque quando começamos a contar, o córtex cerebral, aquela área que “pensa” sobre a informação, é ativado e, consequentemente, inibe o sequestro da amígdala.

Vimos quais são as circunstâncias em que as emoções ocorrem, as etapas do processo que a forma, bem como as estruturas cerebrais e demais componentes envolvidos.